domingo, 29 de maio de 2011

Árvore da Vida

trailler em inglês do documentário  "Charles Darwin e a Árvore da Vida". Procure na net para baixar.

Temperatura corpórea e Homeostasia

Homeostase (ou Homeostasia) é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados.


É comum os alunos entenderem homeostasia apenas como equilíbrio. Mas deve-se melhorar esse conceito. Que equilíbrio é esse?


Um ser vivo não está em equilíbrio com seu meio


Um ser vivo está constantemente desequilibrado em relação ao seu meio.  Isso simplesmente quer dizer que o vivo tem características diferentes do não vivo.


Apesar do ser vivo não estar em equilíbrio com o meio, ele apresenta um equilíbrio interno próprio.




Podemos citar como exemplo de ajustes para manter o equilibrio interno:


-uma célula não apresenta a mesma concentração iônica que o seu meio. Deve, por isso, fazer constante bombeamento iônico para manter essa concentração interna própria;


-por extensão, um peixe de água salgada e um peixe de água doce tem concentrações diferentes daquelas dos seus meios, e devem fazer uma série de ajustes para manter suas características.


-Um réptil apresenta uma proporção de água muito diferente do deserto em que se encontra. Isso é possível a uma série de ajustes e características que permitem a economia hídrica.


Ou seja: um ser vivo apresenta características internas próprias, um equilíbrio interno,diferente das características do meio em que vive. 


Note que a expressão equilíbrio interno é diferente de equilíbrio com o meio.


Animais endotérmicos não estão em equilíbrio térmico com seu meio


Estar em equilíbrio térmico com o meio significa estar a mesma temperatura que esse meio. Não há, nessa situação, transferência de calor (que só ocorre quando há diferença de temperatura).


Aves e mamíferos não estão em equílibrio térmico  com o ambiente, pois apresentam temperaturas diferentes do meio em que vivem.


Por outro lado, aves e mamíferos devem manter um outro tipo de equilibrio. Um equilibrio interno entre o calor que produzem e o calor que dissipam.


Animais endotérmicos mantém um equilíbrio interno da sua temperatura


Não estamos falando de equilibrio com o meio. Mas de equilibrio interno. Ou seja, de características do ser vivo mantidas graças a certos ajustes.


A idéia de equilíbrio refere-se a uma metáfora de uma balança, com pesos e contrapesos.

O animal endotérmico tem alto metabolismo, como já discutimos na primeira parte. Esse alto metabolismo leva a produção intensa de calor:

A produção de calor induz a um aumento da temperatura corpórea. Se ela não for compensada pela dissipação desse calor, o animal entraria em hipertermia, uma situação de desequilíbrio.  O equilibrio interno ocorre porque o animal dissipa o calor que produz:
Essa é a condição para a manutenção de uma temperatura corpórea constante, a produção de calor deve ser igual a dissipação de calor:

Produção de calor = Perda de calor

Qualquer desequilíbrio pode alterar a temperatura. 

Se a produção supera a perda de calor, há a tendência de aumento da temperatura. 


Se a perda supera a produção, ocorre redução de temperatura corpórea.


O que permite a produção de calor?
A termogênese (produção de calor) ocorre por uma série de fatores. Pela alimentação (termogênese ligada a alimentação), pela atividade física, por tremores ( termogênese ligada a tremores) e por desacoplamento da cadeia respiratória (termogênese não ligada a tremores).

O que controla a perda de calor?
Pêlos e penas, gordura e vasoconstrição periférica reduzem perda de calor.  
Já a vasodilatação periférica e a evaporação permitem o resfriamento, pois aumentam a dissipação de calor.

Mantendo o equilíbrio interno
No frio, a perda de calor é intensificada. A nossa balança sofre um desequilíbrio:
Que ajuste deve ser feito para se voltar ao equilíbrio interno? Para se manter a 37oC a temperatura corpórea?

Deve-se aumentar a produção e reduzir a perda de calor.
Aumenta-se a produção de calor pelo aumento da alimentação e pela ocorrência de tremores, etc.
A perda de calor é diminuída pela ereção de pêlos e penas e vasoconstrição periférica.

]




Por outro lado, em alta temperatura ambiental, a perda de calor é reduzida, havendo, por isso uma tendência de aumento da temperatura corpórea (lembre-se que há transferência de calor quando existe diferença de temperatura entre corpos):

Se a temperatura ambiental supera a corpórea, o corpo tende a receber calor do ambiente:




O corpo deve compensar reduzindo a produção de calor e aumentando a dissipação
O aumento da dissipação (resfriamento) se dá pela evaporação: seja pela expiração, intensificada no ofego, seja pela sudorese (em mamíferos).




Uma última situação para explorarmos é a atividade física intensa. Nela, ocorre um aumento da produção de calor, havendo, por isso, a tendência a hipertermia.


Essa situação é compensada pelo aumento da dissipação:
O aumento da perda de calor se dá pela vasodilatação periférica e pela intensificação da evaporação (pelo ofego e sudorese).




Temperatura e Homeostasia

Levando em conta o que foi falado, retornemos ao conceito de homeostasia:

"Homeostase (ou Homeostasia) é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados"


A termorregulação é um exemplo de homeostase.


O corpo de aves e mamíferos é um sistema aberto. Isso quer dizer que ele pode receber ou transferir calor para o ambiente. Ele regula essas trocas, permitindo uma temperatura estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação comandados pelo hipotálamo.


Para Saber Mais


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Estude através de exercícios resolvidos

Utilize questões resolvidas para treinar para o vestibular. Priorize o tema que você tem dificuldade, não deixe de resolver a questão só porque você não fará vestibular na universidade citada.


Evolução e questão do ENEM
Evolução, adaptação, cadeia de detritos e UNICAMP
Método Científico
Método Científico aplicado a Medicina

OBS: Faltam os gabaritos das listas de método científico. Na próxima semana eu disponibilizo.

Meiose





Mas eu sei que você quer tosquice, então veja:

Mitose

A pedidos  de Mona:







Se você ainda não entendeu mitose, veja a versão musical (grande nível de tosquice):


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Curso Genética e Evolução: é Hoje!



Começa hoje o Curso Genética e Evolução! Toda segunda, 18:00 as 21:00 discutiremos os assuntos mais frequentes nos vestibulares relacionados a esses dois grandes temas centrais para a Biologia.

O curso é baseado em resolução de questões: existem listas de exercícios para fazer em casa, simulados em aula, listas de questões extras.

Alguns alunos pediram para que eu abrisse turma no sábado e domingo. Estou estudando a possibilidade, mas  preciso que os interessados me procurem no email ou por aqui para formalizarmos o horário.  caiofabio78@hotmail.com


O próximo curso será Por Dentro, grande revisão de fisiologia, que abordará também anatomia, histologia, doenças genéticas e infecciosas de cada sistema fisiológico, efeitos de impactos ambientais na saúde e fisiologia comparada.


UPDATE!! O primeiro dia foi ótimo, e puxadíssimo! Simulado e correção de mais de um terço da lista de exercícios.  A parte teória ficou quase encerrada, na próxima aula terminamos a lista de genética.  Ótima equipe, os alunos estão sabendo muito! Fiquei muito animado hoje. Abraço a todos, e obrigado aos visitantes pela presença! E espero que o Iuri não suma, cara foda de biologia!


UPDATE2!! Finalmente Kellen mandou seu depoimento! Colarei la na seção de Depoimentos. 


sábado, 21 de maio de 2011

Influência da Temperatura Sobre os seres vivos

A temperatura é fundamental para o sucesso dos seres vivos. O metabolismo é diretamente influenciado pela temperatura,  especialmente por conta da influencia dessa sobre a atividade enzimática.

Colocaremos aqui os tópicos que relacionem temperatura e seres vivos.


Webquest: Termorregulação
Termorregulação, parte 1: Produção de calor por aves e mamíferos
Termorregulação, parte 2: Reduzindo a transferência de calor: gordura, pêlos e penas
Termorregulação, parte 3:Ajustes nas Pertubações
Termorregulação, parte 4: Temperatura e Homeostasia
Ectotérmicos versus Endotérmicos: vantagens e Desvantagens
Geometria da vida: relação superfície/volume

QUESTÕES ABERTAS COM GABARITO

Termorregulação, parte 3

Na parte 1, falamos da características do animal endotérmico que lhe permitem produzir calor suficiente para manter sua temperatura relativamente alta.

Na parte 2, tratamos do conceito de calor, das formas de transferência de calor e de como aves e mamíferos podem reduzir essa transferência através de pêlos,penas e gordura.

Aqui, estudaremos a dinâmica da termorregulação em diferentes situações: alta e baixa temperaturas ambientais e atividade física.

1.A manutenção  de uma temperatura estável depende do controle da produção e da perda de calor

Aves e mamíferos mantém uma temperatura alta e constante, o que favorece a atividade enzimática e ,por isso, ao metabolismo como um todo. Para isso é necessário produzir calor que, inevitavelmente, é perdido para o ambiente. Diante dessa perda, é necessário que mais calor seja produzido. Assim, para manter a temperatura estável a produção de calor deve compensar a sua perda.Essa é a condição para que a temperatura corpórea não se altere:

Produção de calor = Perda de calor


Sendo assim, se a perda de calor é aumentada, a produção de calor tem que ser aumentada. Ou seja, em um ambiente com baixa temperatura, o animal deve aumentar seu metabolismo.

Quando a perda de calor é reduzida, a produção de calor deve ser reduzida. Isso ocorre em um ambiente de alta temperatura, no qual mamíferos e aves reduzem seu metabolismo.

As perdas de calor podem também ser controladas.Já falamos que gordura, pêlo e penas reduzem a transferência de calor para o meio. A superfície corporal é essencial para o controle das perdas de calor, pois é a partir dela que ocorre essas perdas. Quão mais vascularizada for a pele, mais calor ela perderá. Você pode verificar isso na pele inflamada, que é mais quente por ter vasos dilatados.

A vasodilatação periférica aumenta a transferência de calor para o meio e a vasoconstrição periférica reduz essa perda.
Vasodilatação periférica aumenta a dissipação de calor

Vasoconstrição periférica reduz a dissipação de calor



Ou seja, animais homeotermicos conseguem responder a pertubações da temperatura ambiental. Vamos a essas respostas:

2.Termorregulação na redução da temperatura ambiental

Se a temperatura ambiental é reduzida, a perda de calor para o meio é aumentada. Lembremos que ocorre transferência de calor entre dois sistemas quando existe diferença de temperatura.Assim, quanto maior a diferença de temperatura, maior a transferência de calor do sistema de maior temperatura para o de menor temperatura.




Quanto maior a diferença de temperatura, maior a transferência de calor.




O corpo do ser vivo é o sistema de maior temperatura que transfere intensamente calor para o ambiente externo, ou seja, para o ambiente de menor temperatura. Se a temperatura desse ambiente é reduzida, a transferência de calor é agravada, exigindo que aves e mamíferos compensem produzindo mais calor.

Assim:  a redução da temperatura ambiental tende a induzir ao aumento do metabolismo de aves e mamíferos.  Isso significa que aves e mamíferos vão comer mais e respirar mais. Isso pode ser representado em um gráfico, usando como dado a emissão de gás carbônico ou absorção de oxigênio, ambas aumentadas nessa situação. O aumento do metabolismo é estimulado pela produção dos hormônios tireoideanos T3 e T4.

Outros processos, que comentaremos em outro post, levam a produção de calor (termogênese). O tremor muscular é um deles (termogênese associada a tremores).  O outro, relacionado a uma proteina chamada Termogenina (termogênese não ligada a tremores)


Além disso,uma outra estratégia, além de aumentar a produção de calor, é reduzir a perda de energia térmica para o ambiente. O ar retido em pêlos e penas eretos é bom isolante térmico, assim como a gordura.
A noite, os pêlos ficam eretos. Observe a ação do músculo eretor do pelo( setas vermelhas). De dia, em alta temperatura, não há essa piloereção.


Assim, no frio há aumento da termogênese, piloereção e, como dissemos,ocorre vasoconstrição periférica, que reduz a perda de calor:

.

Resumindo:

Pertubação ambiental: Redução da temperatura ambiental
Respostas: aumento do metabolismo (estimulado por T3 e T4 e evidenciado pelo aumento da emissão de CO2 e consumo de O2), vasoconstrição periférica, ereção de pêlos e penas.Termogênese ligada a tremores e Termogênese não ligada a tremores.


3.Termorregulação no aumento da temperatura ambiental

Voltemos à expressão:

Produção de calor = perda de calor


Se a temperatura ambiental aumenta, a perda de calor do corpo para o ambiente diminui. Lembremos que transferência ocorre quando há diferença de temperatura. Assim, quando a diferença de temperatura é reduzida entre o organismo e o meio, menor será essa transferência.

Exemplo: considere a sua temperatura (em torno de 36,5 graus celsios) e a de um ambiente com 20 graus celsius.  Existe uma diferença de quase 17 graus, havendo por isso grande trasferencia de calor de você para o ambiente. Mas se a temperatura ambiental aumenta para 30, essa diferença passa a ser de quase 7 graus, reduzindo a transferencia. E se o ambiente estiver a 40 graus celsius, você passa a receber calor.

Assim, quanto menor a diferença de temperatura entre corpo e ambiente, menores são as transferências de calor por condução, convecção e radiação. Ou seja: é necessária outra forma de aumentar a perda de calor, é necessário uma outra forma de resfriamento

.Essa outra forma de resfriamento é a evaporação.

A evaporação é um processo endotérmico. Ou seja,  reduz a temperatura do meio em que ocorre, por absorver energia. Assim, a evaporação é um processo de resfriamento das adjacencias. Podemos verificar isso ao molhar a mão com alcool, que logo evapora, resfriando a pele.

 Mamíferos e aves utilizam a evaporação para resfriar seus corpos, por exemplo, na expiração, que libera vapor de água. Esse vapor é resultado de evaporação da água liquida do sangue que irriga os alvéolos. Cães, através do ofego, resfriam seus corpos em dias quentes. E pela da sudorese, mamíferos resfriam sua pele através da evaporação subsequente da a´gua.
A evaporação do suor leva ao resfriamento da pele



Ao ofegar (ou arquejar), o cão intensifica a evaporação, processo que permite resfriamento



Além disso, ocorre vasodilatação periférica, que aumenta a perda de calor.
Vasodilatação periférica aumentando a dissipaçao de calor


Considerando que  perda de calor é reduzida, se a produção de calor se mantiver, a temperatura corpórea tenderia a aumentar. A redução do metabolismo leva redução a produção de calor. No inverno, por exemplo, comemos menos. Essa redução do metabolismo é percebida também pela menor emissão de CO2 e menor captação de O2.



Resumindo:

Pertubação ambiental: aumento da temperatura ambiental
Respostas: diminuição do metabolismo (evidenciado pela diminuição da emissão de CO2 e consumo de O2), vasodilatação periférica, ereção de pêlos e penas.Ofego  térmico(ou Arquejo ou taquipnéia térmica). Sudorese (em mamíferos).






4.Termorregulação na atividade física aumentada

Um dos riscos da atividade física é a HIPERTERMIA, especialmente quando ela é praticada durante horário de maior incidencia de radiação solar.

Inevitavelmente, o metabolismo aumenta durante a atividade física e, como isso, a produção de calor. Isso pode levar a um desequilíbrio, a um aumento da temperatura corpórea. A vasodilatação periférica e a sudorese evitam a hipertermia, aumentando as perdas de calor para o meio.


Pertubação: aumento da temperatura corpórea devido a atividade física intensa
Respostas: vasodilatação periférica e a sudorese. (o metabolismo está aumentado por causa da atividade)

Resumindo todos os ajustes que falamos a essas 3 pertubações:


QUADRO RESUMO DAS RESPOSTAS TERMORREGULATÓRIAS A PERTUBAÇÕES




5.O hipotálamo é o termostato do corpo

O hipotálamo é órgão central relacionado ao controle da temperatura corpórea. Nele existem termorreceptores. Ele recebe, ainda, aferências de de receptores da pele.E é dele que partem os sinais que desencadearam as respostas termorregulatórias. Ou seja, é ele o responsável por todos os ajustes termorregulatórios que comentamos aqui neste post.

O hipotálamo apresenta termorreceptores. Além de perceber alterações de temperatura, o órgão estimula a ereção de pêlo (uma resposta à diminuição da temperatura) e a sudorese ( resposta ao aumento a temperatura)




Para Saber Mais





Breve no blog: Material para Impressão!

Em breve, disponibilizaremos no blog algumas apostilas sobre temas de biologia, questões comentadas, provas corrigidas e lista de exercícios em pdf, formato que facilita salvar esse material no seu computador e imprimir se precisar.

Até agora, ja colocamos:
1.Apostila do curso Divisão e Diferenciação celular: controle e descontrole

terça-feira, 17 de maio de 2011

Termorregulação, parte 2

Vimos, na primeira parte, que o alto metabolismo permite que o animal seja endotérmico. Esses animais mantém alta temperatura corpórea graças,dentre outras coisas, a uma alimentação relativamente alta, que permite grande produção de calor. Entretanto, não haveria vantagem nessa característica se toda essa energia fosse facilmente perdida para o ambiente. É importante que esse calor leve a manutenção de uma temperatura corpórea alta.

Discutiremos aqui a transferência de calor e como aves e mamíferos regulam essa transferência.

1.Calor


Calor é energia em trânsito, transferida de um corpo com maior temperatura para um com menor temperatura.

Enquanto houver diferença de temperatura, haverá transferência de calor.

Quando a temperatura desses corpos se iguala, não há mais transferência de calor. Dizemos que esses corpos estão em equilíbrio térmico.

Corpos A e B tem mesma temperatura: não há transferência de calor entre eles, estão em equilíbrio térmico.
Mamíferos e Aves não estão em equilíbrio térmico com seu meio, por que?


2. O Calor pode ser transferido por condução, convecção e radiação

Condução térmica se refere a transferência de calor quando entre os dois corpos existe contato.  Um material pode ser bom condutor de calor ou, ao contrário, mau condutor. Um material mau condutor de calor é chamado de isolante térmico.

O calor é transferido da barra para a mão por condução. Partículas mais agitadas transferem sua energia para particulas próximas, como vemos abaixo:


Convecção  refere-se a transferência de calor por movimento de fluidos. Por exemplo, na base uma panela aquecida o liquido tem sua temperatura aumentada, o que leva a distanciamento de suas moléculas. Isso leva a diminuição de sua densidade, o que leva esse líquido aquecido a subir, enquanto o liquido da superficie, mais frio por isso mais denso, desce. Assim, o calor recebido na base é transferido para a superfície e, depois, para o meio.

Isso é a base, por exemplo, para entender os ventos, massas de ar que fluem de regiões mais quentes para regiões mais frias.

Radiação é a transferência de calor que não depende de um meio material, ocorre através de ondas eletromagnéticas. Ela pode, por isso, ocorrer no vácuo, e por isso o Planeta Terra recebe radiação solar.

Acima, a barra recebe calor através de radiação.

Resumindo as três formas de transferência de calor:


3. Mamíferos e Aves não estão em equilíbrio térmico com o ambiente externo

Isso significa que esses animais apresentam diferentes temperaturas corpóreas em relação ao ambiente onde se encontram. E isso, é claro, tem consequências.

Se a temperatura desses animais é superior a temperatura ambiental, eles transferirão calor para o ambiente. Ou seja, existe a tendência desses animais perderem energia que foi produzida graças a alimentação e , com isso, reduzirem sua temperatura.

Mas eles geralmente não reduzem sua temperatura pois 1) aumentam seu metabolismo, produzindo mais calor 2) apresentam estruturas que reduzem a transferência de calor.

4.Reduzindo a transferência de calor

Mamíferos apresentam pêlos e aves penas. Essas estruturas, no frio, ficam eretas, o que retêm uma camada de ar entre elas.

O ar é um bom isolante térmico. Ou seja: mamíferos e aves reduzem, assim, a transferência de calor por condução.

Além disso, pêlos e penas reduzem a movimentação do ar, retido entre essas estruturas.  Dessa forma, a convecção é também reduzida.



ok, esse não foi um bom exemplo. próximo!


Olha o coala!



A gordura é isolante térmico, sendo por isso também importante na redução da transferência de calor para o meio.


Para saber mais sobre Transferência de calor, clique AQUI.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Aula Divisão e Diferenciação celular:controle e descontrole




Clique aqui para baixar o texto das aulas do minicurso sobre o controle e o descontrole da divisão e diferenciação celular.





Ok, eu desenho pra você:

Ao clicar acima, você entra na página do google docs com a apostila do minicurso. Se você for um robô, pode ler na própria página e fazer os exercícios de mitose e meiose ali. Entretanto, como a maioria dos humanos gosta de ler no papel, você pode salvar o arquivo no seu computador e imprimi-lo quando precisar.

No canto superior direito clique em ARQUIVO:





Magicamente, abrir-se-á uma janela. Nela você pode fazer o download do arquivo. Se você não sabe o que é download pergunte a sua avó, certeza que ela sabe.



Se quiser já imprimir de uma vez, na mesma janela existe a opção imprimir:


Pronto!



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Aula Gratuita: Divisão e Diferenciação celular: controle e descontrole

Neste sábado, a Sala BioQuímica oferece a aula gratuita Divisão e Diferenciação celular: Controle e Descontrole.
Serão tratados os temas: replicação do DNA, DNA polimerase, mutação e fatores mutagênicos, genética do câncer, glicocálice, fatores de crescimento, diferenciação celular, embriogênese, neoplasia benigna x maligna.

Comentários sobre a aula

Vídeo de Divulgação:

domingo, 8 de maio de 2011

Grávida pode engravidar?

É raro, mas acontece. Uma mulher pode carregar fetos não gêmeos na mesma gestação. Em sua coluna de maio, Jerry Borges explica o fenômeno da superfetação e fala de sua possível ligação com iniciativas de reprodução assistida.
Por: Jerry Carvalho Borges  (Ciência hoje)
Publicado em  http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/por-dentro-das-celulas/o-raio-que-cai-duas-vezes-no-mesmo-lugar




Em uma reviravolta do organismo, é possível uma mulher engravidar mesmo já estando grávida. Esse fenômeno, denominado superfetação, pode trazer riscos para a mulher e o bebê. (foto: Jeinny Solis S./ scx.hu)



É possível uma grávida engravidar? A resposta mais óbvia para essa pergunta é negativa. Contudo, a ocorrência desse fenômeno ainda pouco estudado pela ciência e conhecido como superfetação pode surpreender muitos e dar pistas sobre os processos associados à reprodução humana.
A superfetação é um evento raríssimo em que ocorre a gestação simultânea de dois embriões em estágios de desenvolvimento diferentes em uma mesma fêmea. Isto só acontece se ela for capaz de ser fecundada mesmo já tendo um embrião em gestação em seu útero.
Para isso, a fêmea grávida deve ovular (na verdade, ovocitar, pois a célula liberada pelo ovário é um ovócito e não um óvulo) no ciclo seguinte ao qual engravidou pela primeira vez. Isso pode, a princípio, parecer simples. Contudo, não o é...
Apesar da ovocitação ocorrer a cada mês, esse processo é normalmente interrompido durante a gravidez devido à regulação da reprodução por meio da ação orquestrada de uma série de hormônios produzidos pelo organismo feminino.
Um desses compostos hormonais – o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) – é produzido pelo hipotálamo, uma região localizada na porção central inferior do encéfalo. Ele é conhecido por exercer um controle sobre a glândula hipófise anterior ou adenohipófise que, por sua vez, comanda a secreção hormonal de outras glândulas do organismo.
O GnRH exerce controle sobre a secreção dos hormônios da adenohipófise denominados folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O FSH age sobre os folículos ovarianos, ativando a meiose do ovócito e a mitose e diferenciação das células associadas ao futuro gameta feminino. Já o LH estimula a ovocitação, tornando o ovócito apto para ser fecundado por um espermatozoide.

Também sob estímulo do FSH e, principalmente, do LH, desenvolve-se no local onde ocorreu a ovocitação uma glândula endócrina provisória conhecida como corpo lúteo.  O  corpo lúteo produz os hormônios 17β-estradiol e níveis elevados de progesterona. Esses hormônios esteroides mantêm a camada interna do útero ou endométrio preparada para receber e sustentar o embrião.
A progesterona também atua sobre o muco localizado na abertura do útero (cérvix), que se torna viscoso, impedindo assim a penetração de outros micróbios e de espermatozoides no interior uterino. Além disso, esse hormônio ovariano também inibe a produção de GnRH e de FSH, bloqueando, assim, o desenvolvimento de novos ovócitos.
Se a fecundação não ocorre, o corpo lúteo perdura durante alguns dias, desaparecendo ao final do ciclo menstrual. Contudo, se a fecundação e o desenvolvimento embrionário ocorrem, o corpo lúteo permanece ativo por várias semanas. Após o desenvolvimento da placenta, essa estrutura passa a ocupar o lugar do corpo lúteo secretando progesterona. Portanto, pode-se dizer que uma nova ovocitação não ocorre se o corpo lúteo ou a placenta estiverem presentes.

Na contramão

A ocorrência de uma nova gravidez em uma mulher já grávida depende da manutenção do desenvolvimento do primeiro ovócito fecundado, um processo que, por sua vez, depende da progesterona. Se esse hormônio é eliminado do organismo feminino grávido, ocorre o aborto do embrião em gestação. Por outro lado, se os seus níveis são mantidos, ocorre uma inibição no desenvolvimento de novos gametas femininos.
Assim, a superfetação depende da ocorrência de algo que o ciclo reprodutivo feminino está intrinsecamente programado para evitar.

Além disso, para que uma gravidez progrida, o embrião deve ser capaz de se implantar corretamente no útero. Para isso, é necessário que haja espaço suficiente e que o organismo produza um ambiente específico controlado pelos hormônios femininos, algo que ocorre somente durante a ovocitação e que é impedido pela presença de um embrião já implantado.
Portanto, para que a superfetação ocorra em nossa espécie, é necessário que eventos aparentemente impossíveis ocorram: a ovocitação deve ocorrer durante uma gravidez já estabelecida, o sêmem precisa ser capaz de atravessar a barreira produzida pelo muco cervical e de superar todos os perigos presentes no ambiente inóspito do interior do útero, e, por fim, fertilizar o ovócito e este, se implantar corretamente no endométrio uterino.

Raridade

A superfetação não deve ser confundida com a superfecundação, que é a ocorrência de duas ou mais fecundações simultâneas por espermatozoides de pais diferentes. Na verdade, a superfetação é um tipo específico de superfecundação que ocorre em ciclos reprodutivos diferentes.
A superfetação já foi reportada em várias espécies de animais. Texugos, martas, panteras, búfalos, lebres europeias e alguns cangurus apresentam casos de superfetação e é provável que existam muitas outras espécies que, pelo menos ocasionalmente, tenham proles com filhotes com idades gestacionais diferentes. Contudo, o fenômeno é extremamente raro em humanos, tendo sido descritos apenas cerca de 10 casos até o momento.
A superfetação já foi reportada em várias espécies de animais, inclusive em texugos (na foto). Mas o fenômeno é raro em humanos, tendo sido descritos apenas cerca de 10 casos até o momento. (foto: Kókay Szabolcs/ Wikimedia Commons)

Ovocitações múltiplas são muito raras em nossa espécie e, atualmente, estão associadas ao uso de medicamentos que induzem esse processo para fins reprodutivos em pacientes que tenham problemas reprodutivos. Além disso, elas costumam ocorrer em dias próximos.
Ovocitações com diferença de vários dias ou mesmo de semanas são episódios raríssimos. Talvez o mais famoso desses eventos seja a gravidez da estadunidense Julia Grovenburg, que concebeu em 2009 duas crianças com duas semanas e meia de diferença.
Como tratamentos contra a baixa fertilidade alteram o delicado equilíbrio hormanal associado à reprodução, não é surpreendente que alguns dos casos de superfetação já descritos ocorreram em mulheres que se submeteram a esses procedimentos.
Uma pesquisa realizada pela equipe de Adele Harrison, do Centro da Saúde das Mulheres e das Crianças de Columbia Britânica, no Canadá, pode ser citada como exemplo. Nesse estudo, foi descrito um caso de superfetação em uma paciente de 32 anos que havia se submetido a uma transferência embrionária que gerou a gestação de dois gêmeos.
Aparentemente, alterações hormonais podem ter propiciado condições para que uma nova gravidez ocorresse três semanas após a implantação dos primeiros embriões.
Segundo alguns pesquisadores, a exposição a condições não naturais, como aquelas que ocorrem em tratamentos contra a infertilidade, pode afetar a fisiologia reprodutiva feminina. Por exemplo, está documentado que a superestimulação dos ovários em tratamentos reprodutivos pode resultar em alterações nos ciclos reprodutivos femininos seguintes, mesmo se tiver ocorrido o início de uma gravidez.
A superfetação também pode ocorrer quando a mulher possui, por conta de alguma anomalia ocorrida durante o seu desenvolvimento, dois úteros.
Um dos riscos da superfetação é que a segunda criança nasça prematuramente, podendo ter, por exemplo, problemas no desenvolvimento de seus pulmões. Além disso, há um risco maior de o novo ovócito fecundado não se implantar no local correto, já ocupado pelo primeiro embrião. Desse modo, há um risco de uma gravidez ectópica, na tuba uterina ou em outro local incorreto, gerando aborto espontâneo e risco de morte para a mãe. 
Embrião humano de oito semanas na tuba uterina, resultante de uma gravidez ectópica. Esse é um dos riscos envolvidos na superfetação. (Ed Uthman, MD/ CC BY 2.0)

A possibilidade de ocorrência da superfetação nos faz supor que existem diversos fatores e aspectos da reprodução humana que ainda desconhecemos e que podem estar sendo afetados por iniciativas de reprodução assistida.
Estudos em animais que apresentem casos de superfetação talvez possam dar pistas para esclarecer alguns dos mistérios associados à ocorrência desse tipo de reprodução.

Jerry Carvalho BorgesDepartamento de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Lavras








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