Dentre as doenças que já estão sendo estudadas com a nova técnica[que leva em conta o Proteoma], encontra-se um tipo de câncer no cérebro conhecido como glioblastoma multiforme. A engenheira química Juliana de Saldanha da Gama Fischer, pesquisadora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz que também fez doutorado-sanduíche no Instituto Scripps, vem usando a metodologia para estudar os efeitos do quimioterápico álcool perílico em pacientes terminais com esse tipo de tumor.
O álcool perílico, composto encontrado naturalmente em óleos essenciais de menta, cereja, semente de aipo e outros vegetais, vem sendo adotado para tratar estágios avançados de glioblastoma no Brasil praticamente sem efeitos colaterais. Inicialmente, os pacientes apresentam uma redução do tumor. Com o passar do tempo, no entanto, o tumor pode adquirir resistência ao medicamento e deixar de responder ao tratamento.
Esse impasse levou Fischer a identificar e analisar em laboratório as pequenas diferenças apresentadas entre as células tumorais resistentes e não resistentes à droga.
Os resultados, publicados em março no periódico Journal of Proteomics, permitiram identificar proteínas que podem estar relacionadas com a resistência do tumor.
O método tem permitido entender a ação do álcool perílico sobre as proteínas das células cancerosas. “Compreender melhor os mecanismos de resistência do glioblastoma multiforme a esse quimioterápico ajuda a desenvolver tratamentos mais efetivos contra essa doença”, explica Fischer. Mas a engenheira química ressalta que ainda é cedo para pensar em cura para casos terminais desse tipo de câncer cerebral.
O estudo de Fischer contou ainda com a participação de Clóvis Orlando da Fonseca, da Universidade Federal Fluminense, de Gilberto Domont e Maria da Glória, ambos da UFRJ.
Debora Antunes
Ciência Hoje On-line
Estudo do Proteoma
Importância do Estudo do Proteoma
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